Conheça o Moegão e saiba como ele vai melhorar o seu processo logístico

Considerada uma das maiores obras do país no setor portuário, segundo o Governo do Paraná, o Moegão será um sistema concentrador de descarregamento ferroviário de grãos e farelos no Porto de Paranaguá. O investimento de R$ 592 milhões pretende ganhar em 63% na capacidade de descarga. 

O projeto executivo da empreitada, elaborado pelo Consórcio Tucumã, que também será o responsável pela obra, foi entregue ao governador Ratinho Junior (PSD) no começo do mês. A proposta principal da obra é garantir um aumento de eficiência ao porto do litoral paranaense. Atualmente, cada terminal tem seu próprio desvio ferroviário. Com o projeto, o intuito é que o Moegão seja um centralizador de descarregamento em um único ponto, fazendo com que aumente a eficiência e gere menos conflitos com o município.

No ano passado, 58 milhões de toneladas de carga foram movimentadas pelos portos do Paraná: 20,95% ocorreram por meio de ferrovias. Com o Moegão, a projeção é que mais de 24 milhões de toneladas de grãos e farelos saiam anualmente por Paranaguá, ampliando para 50% do modal ferroviário no transporte de cargas.

A estrutura, instalada no Porto de Paranaguá, será em uma área de 600 mil metros quadrados, com capacidade de descarregamento simultâneo de até 180 vagões em três linhas independentes. “O Moegão é um projeto não olhando somente melhoria para agora, mas olhando para o futuro. Descarregamos em torno de 500 vagões por dia. Teremos a capacidade de 180 entre 3h e 4h. Um aumento de forma exponencial e com maior demanda, teremos um crescimento na produção”, disse o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Na prática, o número de vagões passará de 550 para 900 por dia. A nova estrutura terá capacidade de movimentar cerca de 2 mil toneladas por hora em cada uma das três linhas diferentes. “É uma revolução na chegada da ferrovia no porto. E também auxilia o modal ferroviário, pois no projeto tem reestruturação de terminais e estamos atendendo o modal ferroviário. O projeto é muito grande, são quase R$ 600 milhões”, destacou o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.

As obras estão previstas para começar até o fim do ano, com cronograma de 20 meses de execução.

Moegão promete melhorar a rotina dos moradores de Paranaguá  

Atualmente, quando o trem entra nos terminais no Porto de Paranaguá, algumas ruas do município têm tráfego interrompido. Por conta das manobras, o bloqueio pode levar de 30 minutos a uma hora. “Isso gera ineficiência ao sistema e atrapalha a sociedade”, apontou o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná.

O projeto quer melhorar a logística e dinamizar a capacidade ferroviária e, com isso, diminuir o conflito com a sociedade. O secretário paranaense da Infraestrutura e Logística mencionou que, por conta do descarregamento de carga, 16 pontos da cidade são interrompidos. O intuito é, com o Moegão, diminuir para 5.

“Temos 16 interseções que vamos reduzir para 5, onde o trem atrapalha o dia a dia do morador. Vamos conseguir diminuir. Esse é um ponto relevante, pois atende a cidade, que tem problemas de logística com a ferrovia, como parar o trânsito em vários locais”, destacou o secretário.

“O porto precisa de uma nova ferrovia”, diz coordenador do Plano Estadual Ferroviário 

O Governo do Paraná planeja, por meio do projeto com o Moegão, expandir a capacidade de descarregamento no porto. Mas para isso acontecer, o estado precisa avançar no setor ferroviário. A logística promete melhorar com a Nova Ferroeste, que, por enquanto, é um projeto, com a promessa de ser licitada em 2024.

No último dia 11, o governo do Paraná indicou para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) federal diversas novas obras de infraestrutura e logística. Uma delas é a ampliação da estrutura ferroviária do projeto da Nova Ferroeste. “Precisamos expandir a eficiência ferroviária. Também já se conversa sobre a renovação da Malha Sul”, disse Sandro Alex.

O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Fagundes, apontou que o fator principal é a logística multimodal para que essa conexão seja mais eficiente. “Não vai adiantar ter uma super ferrovia e um super porto, se a conexão não for eficiente da mesma maneira”, afirmou.

Ele destacou que o Moegão impacta diretamente a Nova Ferroeste. “A questão do Moegão é que quando aumentamos exponencialmente a capacidade de descarga, viabiliza a Nova Ferroeste. O investidor, quando olhar o projeto, vê que a Ferroeste é um baita projeto, ‘mas consigo colocar no navio’? 70% da carga que passa pela Nova Ferroeste é exportação. Se não tivermos uma boa conexão entre o modal ferroviário e o modal marítimo, o portuário é um esforço em vão. Por isso, é importante o que o governo está fazendo e transformando o Paraná em um central logístico, que pressupõe uma excelente conexão multimodal”, explicou Fagundes.

Na análise dele, o Paraná tem um sistema ferroviário que limita a capacidade de carga. “O porto precisa de uma nova ferrovia (…) A Nova Ferroeste vai trazer mais carga para o porto. E o porto, quando há uma conexão de primeira linha, o Moegão, faz o porto conversar com a ferrovia”, disse.

Fagundes evidenciou que o Porto de Paranaguá precisa de uma excelente ferrovia e, da mesma forma, a ferrovia precisa de um porto eficiente. E o Moegão fará essa conexão das duas necessidades. “O projeto paranaense é uma solução nacional para o agronegócio. Uma ferrovia que vai atender Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina. A economia anda sobre a infraestrutura. A Nova Ferroeste vem preencher um vazio de estrutura”, frisou.

Projeto do Moegão no Porto de Paranaguá busca reduzir emissões de CO2 

Outro objetivo com a obra do Moegão é reduzir a expressiva presença de caminhões nas vias, ao investir na ferrovia. Com menor fluxo de caminhões, a diminuição de CO2 também pode ter queda. A previsão é que gere uma redução de 73% na emissão de CO2.

“A ideia é tirar os caminhões da via e ir mais para ferrovia, diminuindo a emissão de CO2. O Moegão é um projeto sustentável”, evidenciou o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “A sociedade vai sentir esse projeto com a obra concluída e vai entender o quanto será positivo esse investimento na relação porto e cidade”, defendeu.

[Gazeta do Povo]

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